A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) das Filipinas emitiu um alerta severo aos seus cidadãos sobre o uso da Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo. Esta medida surge no meio de uma repressão regulatória mais ampla à plataforma, que tem enfrentado desafios jurídicos em vários países. A SEC das Filipinas declarou claramente que a Binance não possui as licenças necessárias para operar ou oferecer serviços dentro do país.

Num comunicado detalhado, a agência destacou que a Binance tem utilizado várias campanhas nas redes sociais para atrair investidores filipinos, instando o público a ser cauteloso com entidades não registadas. O aviso também mencionou possíveis responsabilidades criminais para aqueles que promovem ou recrutam em nome da Binance nas Filipinas, mesmo através de canais online. Este desenvolvimento aumenta a pressão crescente sobre a exchange de criptomoedas, que recentemente viu seu CEO, Changpeng Zhao, renunciar após questões legais nos Estados Unidos.

Os problemas legais da Binance

A Binance tem estado sob intenso escrutínio em todo o mundo, especialmente após uma série de confrontos legais nos Estados Unidos. Poucos dias antes da assessoria da SEC das Filipinas, o Departamento do Tesouro dos EUA anunciou um acordo significativo com a Binance, totalizando US$ 4,3 bilhões. O governo dos EUA acusou a bolsa e seu CEO de violar as leis de combate à lavagem de dinheiro e sanções. Zhao se declarou culpado e concordou em pagar US$ 50 milhões em multas, renunciando ao cargo de CEO e ao conselho de administração. Atualmente, ele aguarda sentença nos EUA, marcada para fevereiro de 2024, podendo enfrentar uma possível década de prisão.

Esses desenvolvimentos impactaram significativamente as operações da Binance e seus planos de expansão global, especialmente no Sudeste Asiático. O recente lançamento da bolsa na Tailândia marcou o seu primeiro movimento significativo na região no meio destes desafios.

O caminho a seguir para a regulamentação da Binance e das criptomoedas

À luz dos acontecimentos recentes, a SEC das Filipinas está a tomar medidas proativas para proteger os investidores de produtos de investimento não registados. A agência está agindo para bloquear o acesso à Binance, com o objetivo de impedir que usuários nas Filipinas acessem o site e seus aplicativos. Esta proibição, que deverá entrar em vigor dentro de três meses, permite aos actuais investidores um período de carência para abandonarem as suas posições.

Além disso, a SEC solicitou que grandes empresas de tecnologia, como o Google e a empresa-mãe do Facebook, Meta, bloqueiem os anúncios da Binance nas Filipinas. Estas medidas refletem uma tendência crescente entre os reguladores em todo o mundo para reforçar a supervisão das plataformas de criptomoedas e garantir a proteção dos investidores.

A Binance reconheceu as declarações da SEC e expressou seu compromisso em cumprir as regulamentações locais. Após as complicações jurídicas de Zhao, a empresa demonstrou vontade de se adaptar ao cenário regulatório em evolução. Esta abordagem pode ser crucial à medida que a empresa navega através dos seus desafios atuais e procura consolidar a sua posição no mercado global de criptomoedas.

Apesar desses obstáculos, a Binance continua a operar em outras regiões, buscando aprovações regulatórias e cumprindo as leis locais. A experiência da empresa nas Filipinas e nos EUA poderá servir como uma curva de aprendizagem, potencialmente orientando as suas estratégias futuras em conformidade regulamentar e transparência operacional.