Análise dos Fundamentos do Bitcoin em Outubro 2021

2021-11-01

IMPORTANTE: As informações contidas neste documento não indicam recomendação de investimento

Durante os primeiros 20 dias do mês de outubro o Bitcoin engatou uma alta incrível, saindo de US$43.300 e batendo uma nova máxima histórica de US$66.998. Nos 10 dias seguintes, ele fez uma esperada correção e entrou em uma nova zona de acumulação, fechando o mês em USD 61.340,58, uma alta de 39,97% em dólar (BUSD).  

Do ponto de vista da ação dos preços, a antiga zona de resistência na faixa US$58.000 agora passa a ser o primeiro suporte importante do ativo, que inclusive foi testado e respeitado no dia 27 de outubro. 

Vale lembrar que no dia 19 de outubro foi lançado o primeiro ETF (Exchange Traded Fund) de futuros de Bitcoin nos EUA, a expectativa deste lançamento gerou muita repercussão e serviu como gatilho para a alta do ativo. Mas os fundamentos que realmente suportam o movimento já indicavam que  a alta era iminente. Vamos destacar abaixo os três fundamentos mais vibrantes do mês de outubro: poder computacional, liquidez e atitude acumuladora.

Poder Computacional da rede

Depois de sofrer com o banimento dos mineradores na China em maio deste ano, este fundamento iniciou uma reação no mês de julho que persiste até o momento. No mês de outubro não foi diferente e a recuperação já acumula mais de  77% de alta desde então, saindo de 89 EH/s* (exa hash por segundo) para 158 EH/s.

* 1 EH/s (um exa hash por segundo) é a capacidade de processar 1,000,000,000,000,000,000 (um quinquilhão) de hashes por segundo.

A velocidade de recuperação por si só já seria o suficiente para destacarmos a força desse fundamento, mas ainda mais incrível foi como esse poder computacional se recuperou de forma distribuída por todo o planeta e em diversos países. 

Está apresentado abaixo o gráfico que nos traz o histórico da fatia do mercado de mineração de cada país, esta e muitas outras informações pertinentes podem ser acompanhadas no website do Centro para Finanças Alternativas de Cambridge.

Neste gráfico podemos ver que vários países dobraram sua participação no mercado de mineração de bitcoin, são eles: Estado Unidos, Canadá, Cazaquistão e Irlanda. Ainda vale um destaque para a Alemanha, Rússia e para o aglomerado de países sob a denominação de “other” (outros em inglês).

Liquidez na Rede

O total de tarifas cobradas pelos mineradores dividido pelo número de transações realizadas com sucesso nos traz uma dimensão do congestionamento da rede, uma vez que em uma rede congestionada as tarifas sobem rapidamente pois há uma disputa dos usuários por espaço no bloco minerado.

No gráfico abaixo podemos ver que as tarifas se apresentam em patamares de normalidade mesmo com uma nova máxima histórica atingida em outubro, comportamento bastante diferente daquele visto na alta que ocorreu de janeiro a abril deste ano.

Como podemos ver no gráfico abaixo, uma parte desta liquidez vem do rápido aumento da capacidade da lighting network, segunda camada da rede bitcoin que cria canais para micro transações na rede.

Atitude acumuladora

Atingimos uma nova máxima histórica no mês de outubro com os investidores de longo prazo mantendo em seu poder o maior percentual de bitcoin disponível (elipse maior). É notório que em todas as demais máximas históricas atingidas em 2017, 2014, 2013 e 2011 houve um estreitamento dessa camada de investidores, isso porque estes investidores compram no início do ciclo de alta e distribuem no final tirando para si a maior parcela de lucro.

Conclusão

Uma máxima histórica com estes fundamentos vibrantes indicam que o ciclo de alta do ativo ainda está longe de se esgotar, os fundamentos de crescimento e atividade da rede já apresentam melhoras e normalmente se tornam ainda mais vibrantes na última etapa do atual ciclo de alta do ativo que ainda está por vir.